16.10.08

Como aconteceu.

Na sexta feira dia 11/10/2008 acordei bem animada, fomos, eu e meu marido, ao grupo de gestantes pela primeira vez, ainda não tiha ido pois estava insegura sobre a gravidez. A reunião foi maravilhosa. A tarde fui a uma festinha de aniversário de uma amiga na faculdade. Voltei para casa, durante todo o dia me sentia muito bem, jantamos e fomos dormir.
Durante a noite tive muitos pesadelos com cenas de sangue e morte, acordei toda molhada mas achei que havia feito xixi na cama, pois quando levantei não percebi que era perda de liquido, no entanto não consegui mais dormir direito preocupada, amanheceu o dia e eu estava me sentindo bem, um pouco preocupada com o episodio da noite mas bem.
Depois do almoço comecei a sentir dores, contrações, mas eram leves e pensei apenas que eram cólicas normais em inicio de gravidez. Às seis horas da tarde a dor ficou punk...Chamei um amigo e fomos para o hospital.
Ao chegar lá e ser examinada o médico acabou com minhas esperanças ao dizer que não havia mais como evitar...
Vinte minutos depois já na sala de pré parto do hospital minha filha saia de dentro de mim. Era uma linda menina, perfeita , dedos longos , nariz achatadinho como o meu, dedinhos com o lugar das unhas bem marcados, começo de uma penugem na cabecinha, boquinha linda... Tive que esperar a placenta sair para que eu pudesse pega-la no colo e me despedir, apesar dos protestos da equipe da hospital.
Depois de me despedir de minha filha que foi levada pela equipe do hospital, segundo ouvi para ser colocada em um vidro com formol, começou o tormento...
Passei uma noite de terror, como é desumano o tratamente dado a nós mulheres nos hospitais, não bastasse a dor emocional e fisica ainda temos que suportar a dor moral de tanto desrespeito.
Me coloram soro e me deixaram lá sangrando , sem forças nem para levantar para ir ao banheiro, horas depois uma senhora da limpeza que foi ao lugar onde eu estava pegar algumas roupas, eu estava praticamente em um deposito, viu o meu estado e trocou meus lençois e colocou uma fralda em mim além de me limpar.
A cama onde eu fui colocada só tinha colchão até a metade, eu estava com frio mas não conseguia me cobrir direito pois os lençois que me deram eram muito curtos e eu com o soro me impedindo os movimentos não conseguia me ajeitar.
Quando finalmente consegui me ajeitar, me cobrir e uma alma caridosa apagou aquelas luzes intensas que estavam me cegando, dormi alguns minutos. No entanto a médica chegou chingando no local, acendeu as luzes puxou meus lençois me olhou, puxou meu braço, olhou o soro e me deixou lá sem dizer uma palavra, meio descoberta e indignada.... Além disso a noite toda tive que escutar mulheres parindo seus filhos, bebes chorando, máquinas apitando a noite toda, gritos e coisas caindo ao chão.
Ela já havia recomendado a curetagem que só não foi feita na mesma noite porque eu não estava de jejum. Isso mesmo, a curetagem foi recomendada sem nenhum exame, sem esperar para se verificar se havia realmente a necessidade deste procedimento.
No dia seguinte conversei com o médico sobre a real necessidade da curetagem, ele disse que eu tinha razão que era melhor faezr uma ecografia para se verificar a necessidade da curetagem e que esta não precisva ser feita tão rapidamente, no entanto a ecografia só poderia ser feita no dia seguinte...
Pedi para sair, disse que não ficar mais um dia e uma noite no hospital, o médico disse que eu poderia ir mas que não com alta e sim por evasão e que não me daria nenhuma prescrição também.
Sai assim mesmo, vim para minha casa , para o conforto dos meus amigos e bem longe daquele horror.
Fiz uma ecografia que afirma que está tudo bem e na próxima segunda dia 20 irei novamente ao médico, as dores estão bem menores, meus seios estão derramando leite, mas logo irão secar e emocionalmente estou tentando me recuperar agradeço a todos os amigos que me deram apoio nesta hora dificil.

16 comentários:

  1. Anônimo4:05 PM

    Darlana, também faço parte do grupo
    cybermammy e prematuros - e também faço parte dos grupos de mães como vc que também perdeu um FILHO. Não é fácil é uma dor que não passa nunca, eu tive trigêmeos com 26 semanas e cinco dias, dos três fiquei com um casal Giovana e Lorenzo que hoje estão com 6 anos, eles ficaram 68 dias na UTIN e o que falaeceu ficou apenas 13 dias foi o último a nascer.
    Olha não é fácil, más tenha força que vc vai superar como eu superei, más esquecer pelo menos para mim não esqueci mesmo.
    Fique com Deus.
    Patrícia

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  2. Anônimo5:05 PM

    Querida...
    "E tudo que ofereço é meu calor e endereço"
    Por favor, não hesite em procurar precisando de alguma coisa, um carinho, um ombro, desaforos e desabafos.

    Força pra levantar e paciência para começar de novo.
    Beijo enorme!!

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  3. Ao ler sua mensagem revivi tudo que passei quando perdi meus bebês, em março e novembro do ano passado.
    A dor física foi imensa, mas a emocional infinitamente maior.
    Ter fé ajuda a atravessar este momento e conviver com a perda, pois de fato a gente não esqueçe nunca de nossos bebês. Eles são especiais independente do tempo que passaram em nosso ventre.
    Lamento pelo tratamento frio que você recebeu. É vergonhoso como alguns profissionais
    da saúde tratam seus semelhantes.
    Gostaria de abraçá-la, mas como estou distante lhe ofereço minhas orações.
    Fica com Deus e conta comigo

    Clô Lima Manso

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  4. Oi Querida.
    Fico sem palavras...mas te lembro mais uma vez o quanto você é muito amada por todos nós. Passei por algo semelhante. E sei como é esse espectro de sonhos e saudades de algo que não será vivido. Quanto ao tratamento,infelismente passei por isso. Os funcionários de hospital público nos tratam como criminosas, independente do que você fez ou está passando! É horrível. Sofri muito lendo o seu relato. Mando pensamentos possitivos e cheios de sol para que cheguem até você com um beijo meu. Força.
    Isabella Peteduc

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  5. Anônimo5:52 PM

    Amada,

    Sei bem o tamanho da tua dor e sei também que nada que eu fale irá diminuir o tamanho dela.

    Seja forte. Se precisar de alguma coisa estou aqui!

    Bjks,

    Carla Adriana

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  6. Querida Darlana, felizmente nunca precisei passar por essa situação. Mas imagino o quanto seja dolorido. Que Deus te dê forças para prosseguir. E se precisar de um ombro em MG, conte comigo.

    Que Deus te abençoe, querida!

    bjs,
    sammy

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  7. Darlana.

    Não tenho palavras nesse momento. Infelizmente fatalidades acontecem sem explicação. Nós não merecemos isso e tenho certeza que você também não. Mas não esqueça que você sairá fortalecida de toda essa dor, afinal alguma coisa deve ter de bom nisso tudo, e o crescimento e a sua força serão resultados de toda essa enorme dor.

    Forças querida! Estou orando por você.
    Um enorme beijo e um abraço, muita paz e saúde.

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  8. Darlana
    Não sei nem direito o que escrever... estou muito emocionada e revoltada com o seu relato...
    Mas desejo que você encontre forças para se recuperar... e acredite: tudo o que Deus nos dá, é porque sabe que podemos suportar.
    Conte comigo...
    Fique com Deus
    Sab

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  9. Darlana,
    já há 2 anos estamos tentando ter um bebê. Ano passado, em abril, senti uma cólica enorme!!! Passei uma noite cão. No outro dia fui ao médico e ele pediu uns exames que constataram que eu tinha uma gravidez tubária. Lógico que não foi como o seu caso, você viu sua filhinha. Meus seios doeram por dois meses depois da cirurgia e a alma ainda dói. Mas a vontade e a certeza de que sou capaz agora é muito grande. Confie em você menina!! A Natureza é sábia, se entregue à ela.
    Michele

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  10. Oi Darlana!!
    Você não imagina como sofro sabendo o que passou... não gosto de médicos e de certos procedimentos.. trabalho na saúde, mas isso não me tira certos traumas...
    Espero que Deus, em sua infinita bondade, consiga amenizar a Dor do Luto...
    Eu gostaria de ter mais palavras e um tiquinho de poder, palavras para vê-la sorrir e poder de tirar a angústia e a dor dessa saudade que ficou...

    Fica com Deus!!!!!!

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  11. Anônimo1:37 PM

    não consigo imaginar o tamanho da sua dor, mas desejo força viu!
    beijos
    *cheguei aqui pelo PdH

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  12. Darlana, cheguei aqui através da Eva (Manaus). Fiquei chocada com o seu relato. Sei que neste momento vc está mto abalada emocionalmente (e tb fisicamente) mas depois, com calma, registre uma queixa no conselho de medicina contra a médica e o hospital. Pode nem adiantar de nada, mas eu acho justo que vc faça valer seus direitos, afinal, vc paga imposto e merece ter sua saúde tratada com respeito e responsabilidade.
    Um beijo com carinho

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  13. Anônimo10:05 AM

    Darling,

    pelo amor dos céus, só li agora. Eu não sabia, meu bem, eu via o luto mas não sabia o que era.

    Ai, meu amor, colinho, beijinhos soprados de longe, e um espírito enviando coisas boas pra você, com sabor de torta de limão. Abraços curativos,

    Eva

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  14. Meu Deus, você passou por isso? Que dor!

    Receba os meus sentimentos sinceros!

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  15. Darlana, lamento demais pela sua dor e por tudo que passou.
    Um grande abraço e muita força pra vc!:-)
    Ione

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  16. Darlana, sinto muito. Sinto por seu bebê, sinto por você ter sofrido tanto. Sinto por termos um sistema de saúde (?!) tão desumano. Um beijo!

    Ps - sou amiga de Eva e foi ela que me passou o endereço de seu blog. Outros beijos!

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